A loira da CB

 

Contaram me certa vez, que um rapaz trabalhador e apaixonado por motos, comprou uma CB 400 1982. Como todo motociclista que se preze, numa manhã de domingo em meados do outono de 1983, resolveu colocar sua bela cbzona na estrada. Saiu de São Paulo com destino a Guarujá, no litoral paulista. Solitário, mas feliz, o rapaz curtia a suavidade das curvas da rodovia Airton Senna, enquanto ouvia o ronco do motor de sua maravilhosa máquina. De repente, ouviu um ronco um pouco mais forte e meio assustador. Resolveu procurar no retrovisor. Percebeu um ponto negro que aumentava de tamanho rapidamente e num segundo passou como um furacão à sua esquerda. Mais adiante diminuiu a velocidade e permitiu que o rapaz se aproximasse pela direita da pista. O pobre não acreditou no que viu. Era uma linda CB 400 preta com os dois escapamentos abertos incrivelmente linda e pilotada por uma loira encantadora completamente nua e sem capacete. O rapaz enlouquecido por aquele lindo corpo cor de pêssego fez sinal para que a moça parasse no acostamento. Ela então esboçou-lhe um lindo sorriso, jogou-lhe um beijo e acelerou a CB. Pobre rapaz! Ele tentou segui-la, mas aos poucos ouvia cada vez mais baixo o ronco do motor da CB 400 negra da loira, até que numa curva não  avistou mais.

O rapaz ficou tão desiludido da vida, que pensou em se jogar num abismo. Dava pena de ver.

Tempos depois, o pobre rico rapaz possuiu várias outras motos, mas sua linda CB 400 ele nunca mais vendeu.